E-books e leituras coletivas online: novos hábitos literários

Em tempos de isolamento social e outros cuidados que ainda precisam ser tomados e que mudaram radicalmente alguns mercados, entre eles, o editorial. Através de e-books e leituras coleitvas, foi preciso repensar as formas de consumir, ou mesmo de encaixar, a literatura.

“Os espaços online, desde o formato de e-book, a venda para Kindle, e mesmo as redes sociais que nos permitem um contato direto com o público têm salvado a vida de quem escreve”, explica a escritora Stephanie Caroline, autora de sucessos como Deixe-me Roubar seu Coração, Diário da Garota em Crise, e o lançamento Amor, Destino Final.

Com uma predileção por personagens com um toque de vida real, como ela mesma diz: “gente como a gente”, Stephanie vê nos espaços online uma forma de seguir atuante durante esse período de mudanças e, principalmente, de entender mais o que os leitores querem receber de quem escreve: “eu tenho uma troca muito bacana com quem me segue no Instagram, por exemplo, faço leituras coletivas via WhatsApp e acabo tendo essa conexão com as pessoas”.

As leituras coletivas são um outro espaço online importante para os escritores: “nas leituras, eu sinto o feedback e como o livro impacta quem lê de forma quase imediata, é incrível”, explica a escritora. Ela também lembra que as leituras coletivas ajudam a formar grupos de pessoas com interesses similares, o que é riquíssimo em tempos de distanciamento social.

Na Twitch, plataforma onde transmissões de jogos são o carro-chefe, já se destacam canais que promovem leituras coletivas com seus seguidores. O autor Leo Oliveira promove 4 horas diárias de leitura com seus espectadores, onde existem momentos para leitura e discussão sobre os livros. Sejam através de e-books ou livros físicos, todos podem participar e debater sobre os títulos propostos pelo twitcher. Na última semana, por exemplo, está sendo realizado uma maratona em torno dos livros da saga Percy Jackson. Leonardo já possui mais de 10 mil seguidores na plataforma e esta tendência segue subindo.

“Com a pandemia, percebi que houve um aumento na busca por e-books, e, hoje, acaba sendo o formato que mais uso, e que também percebo sendo usado por outros escritores independentes”, lembra ela Stephanie. “Temos que parar de encaixar a leitura, acreditar que só o formato impresso satisfaz quem gosta de ler. Leitores assíduos acabam se adaptando, e rapidamente”, finaliza Steph.